A indústria naval e o uso do alumínio

A indústria naval é responsável pela fabricação de embarcações e transportes aquáticos, como navios, iates, submarinos, barcos, lanchas, entre outros. É um segmento antigo, sendo a primeira indústria a ter grande desenvolvimento desde os tempos coloniais. 

Devido à posição geográfica do país e à quantidade e qualidade de madeira, os portugueses foram construindo estaleiros, tanto para reparação de navios como para construção de embarcações, sendo que as primeiras embarcações do tipo europeu foram criadas em 1531, no Rio de Janeiro. 

Já os dois primeiros e importantes estaleiros inaugurados no Brasil, ainda no século XIX, foram o Arsenal da Marinha da Bahia, em Salvador, e o Estabelecimento de Fundição e Estaleiros da Ponta d’Areia, em Niterói, no Rio de Janeiro. A primeira grande expansão da indústria naval ocorreu na Guerra do Paraguai (1864 a 1870), em que sentiu-se a necessidade de criar embarcações adaptadas para os rios. 

Após o conflito, o setor continuou crescendo, principalmente durante o governo de Juscelino Kubitschek, época em que foi criado O Plano de Metas, para estimular o investimento e desenvolvimento das infraestruturas brasileiras, no caso, a indústria automobilística, a malha rodoviária e a construção naval. 

Na década de 70, o setor já empregava 40 mil pessoas e o Brasil se tornou o segundo maior construtor naval mundial, ainda que em um curto período.

Apesar de toda a evolução, o país viveu uma grave crise e desmonte na indústria naval nos anos 1980, ganhando um novo ciclo de expansão somente nos anos 2000. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o segmento naval cresceu 19,5% entre 2004 a 2014. Durante este período, houve a criação de 600 embarcações e 80 mil empregos diretos e 400 mil indiretos, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).

A retomada e o potencial crescimento do setor naval nos últimos anos têm como motivo a descoberta e exploração do pré-sal brasileiro, a partir de 2006. Por esse motivo, a Petrobras investiu R$ 100 bilhões, entre 2012 a 2020, possibilitando a encomenda de 29 sondas e 146 novas embarcações. O objetivo é investir R$ 310 bilhões a médio prazo.

Diante do desafio de voltar ao destaque na economia, outros mercados têm sido fundamentais para o desenvolvimento da indústria naval, é o caso da indústria siderúrgica e metalúrgica. 

Falando excepcionalmente sobre as siderúrgicas, as ligas metálicas são utilizadas como matérias-primas para a construção das embarcações. São elas: aço (inox) e alumínio. 

Como as embarcações são colocadas em ambientes corrosivos, é preciso de materiais altamente resistentes. Continue lendo o artigo a seguir para entender mais sobre os benefícios do uso do alumínio na indústria naval. 

Ligas metálicas para a indústria naval

Como já mencionamos, a indústria naval também fomenta outros mercados, no caso, a indústria siderúrgica. As principais ligas utilizadas para a construção de uma embarcação são o aço inox e o alumínio.

Como os transportes aquáticos estão propícios à degradação de metais, devido ao contato da água ou emissão de gases provenientes da combustão de motores, por exemplo, as embarcações precisam de materiais resistentes à corrosão.

Apesar de tanto o aço como o alumínio apresentarem essa resistência à corrosão e a temperaturas elevadas, o segundo metal é o que vem sendo mais adotado nos últimos anos. Isso porque as chapas de alumínio deixam as embarcações mais leves, devido à densidade de 2,7 g/cm³, enquanto as chapas de aço possuem, em média, uma densidade de 8 g/cm³.

Principais aplicações do alumínio na indústria naval

Devido à versatilidade deste metal, a possibilidade de aplicações do alumínio na indústria naval são diversas. Pode ser empregado na parte estrutural das embarcações ou até mesmo nos acabamentos internos. 

Também pode aparecer como artigo decorativo e em detalhes mais mecânicos, como painel de controle. O alumínio pode ser encontrado em diferentes tamanhos e formatos: tubos, tarugos, chapas, barras, perfis, lâminas ou bobinas. Tudo vai depender do projeto e tipo de embarcação. 

Benefícios do alumínio para a indústria naval

O uso do alumínio tem dominado diferentes segmentos mundiais. Hoje em dia, é fácil encontrar este metal em áreas de construção, eletricidade, automação, aeroespacial, entre outros. Obviamente, no setor naval não seria diferente. 

Além da leveza, outros atributos justificam o aumento do número das embarcações construídas em alumínio naval nos últimos anos. Entre eles, podemos citar a alta resistência à corrosão e a durabilidade do material.

Confira outros benefícios que fazem o alumínio ser a escolha principal dos estaleiros hoje em dia: 

• Material de baixa densidade;
• Resistência à tração/ peso;
• Resistência à corrosão em determinados ambientes;
• Retenção da tenacidade a baixas temperaturas;
• Material não inflamável;
• Aumenta a capacidade de transporte de carga;
• Aumento da velocidade e/ou uma redução no consumo de combustível;
• Alta durabilidade;
• Baixa necessidade de manutenção;
• Boa soldabilidade;
• Não absorve água ou umidade;
• Excelente condutibilidade elétrica e térmica;
• Baixo custo de manutenção;
• Versátil, podendo ser utilizado em diversas situações.

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